Uns comemoravam as medalhas enquanto outros comemoravam as mortes. Quem lembra?

Foto meramente ilustrativa

Primeiro lado da moeda: Felicidade. É dia 8 de agosto de 2008... Os jogos olímpicos em Pequim estouram! Alegria, clima de libertação: É festa! Sorrisos por vitórias e medalhas de ouro, bronze e prata. Lágrimas por perder uma competição, por perder o pódio... Pessoas COM vida, alegres, lutando em suas modalidades: Natação, arco e flecha, ginástica. É alegria minha gente, é comemoração!

Segundo lado da moeda: Tristeza. É dia 7 de agosto de 2008... A guerra entre a Geórgia e Rússia estoura! Infelicidade, clima fúnebre: É guerra! Sorrisos por vitórias e conquista de lugares. Lágrimas por perder alguém, pela morte. Pessoas SEM vida, tristes, lutando em suas modalidades: salvar-se, dirigir o tanque de guerra, disparar a arma. É tristeza minha gente, é guerra!

Os jogos olímpicos de 2008 rolaram em Pequim no período de 8 à 24 de agosto. Durante esse tempo as notícias todas eram voltadas aos jogos. Mal ouvia-se sobre outra coisa, outro assunto. Poucos ficaram sabendo da guerra entre Georgia e Rússia enquanto ela ainda acontecia. Motivo? Os grandes meios de comunicação pouco informavam. Alguns só vieram dar a notícia dias depois do ocorrido. O que realmente aconteceu, tim-tim por tim-tim, quase ninguém soube ou sabe. E você, lembra da guerra ou nem sabia disso?



Vou confessar uma coisa para vocês: Eu, até alguns dias atrás, acreditava que era possível, bem possível, que nunca mais houvessem grandes guerras. Afinal eu não sabia de nenhuma notícia sobre conflitos recentes além dos de praxe (pois é, eu pensava isso mesmo). Foi então que escolhi um filme sobre guerra para assistir. No começo nem notei, só depois fui perceber que a guerra retratada no filme era de 2008 e achei que todos deveriam saber disso...



• O filme

O filme é baseado em fatos reais e foi produzido nos EUA. Talvez esse seja o motivo de termos uma Georgia tão heróica perante uma Rússia altamente terrorista no filme: É isso mesmo. Nesse filme a Georgia ganha destaque por ser, vamos assim dizer, a parte "menos ruim" da guerra. Só que isso não interfere muito no filme e nos fatos em si, afinal ele passa várias idéias sobre a realidade de uma acontecimento desse nível. Lógico que não temos partes "menos ruins" ou "mais ruins" numa guerra. A guerra não se faz por um só páis ou pessoa, se faz por dois ou mais. Ou seja, ambos possuem culpa.

• A guerra

O pivô da guerra foi a região da Ossétia do Sul situada na Geórgia mas habitada por russos. Por esse motivo e por possuir, além de outros fatores, etnia e idioma diferentes, a Ossétia do Sul tem maior afinidade com a Rússia. É como se fosse um país russo localizado em outra parte do mundo.

Há tempos já haviam conflitos entre Georgia e Rússia, essa última sempre protegendo de forma exagerada a Ossétia, e a usando como desculpa para confrontar a Geórgia. É claro que a Geórgia não é uma santa que ficou "na paz" o tempo todo. O país também atacava a Rússia, também colocando a Ossétia como desculpa.

A região da Ossétia declarou sua indepêndia em 1992. Porém no nosso mundo isso não significa que ela foi reconhecida como independente, né? E nem Geórgia nem Rússia queriam aceitar isso. A ambição por ter a região sobre controle imperava sobre ambas as partes. E, nesse quisito, Rússia estava reluzente: Os ossetianos a adoravam!

A Ossétia, na verdade, foi "colocada" na Geórgia após o fim da URSS, forçadamente. Então dá pra ver que o conflito vem de longe e tem muitos fatores, certo? 

Eis que em 2008 (não podemos dar uma data exata, que fique claro. É só mais fácil de entender) a Georgia iniciou ataques políticos-militares, de forma repressiva. A Rússia então, sem titubear, resolveu declarar guerra contra a Georgia.

No dia 7 de agosto a Rússia mandou suas tropas para a região da Ossétia para combater as tropas da Georgia (lembrando que se trata sempre da Ossétia do Sul) e ocupou toda a região. Georgia então reconhece a guerra no dia seguinte e parte para o ataque. A capital, Tskhinvali, se tornou o centro da guerra.


*Atenção: Na realidade alguns dizem que foi a Geóriga que atacou primeiro, invadindo pouco antes a Ossétia do Sul. Outros já informam que foi a Rússia. Como tudo aconteceu muito rápido fica difícil ter uma certeza. Mas, para mim, as duas estavam ali JUNTAS. Ambas começaram, JUNTAS, todo o terror.

Mesmo possuindo um "centro de guerra", muitas outras localidades foram afetadas. Os russos, para chegar até a capital, dizimaram pessoas e destruíram vilarejos, matando pessoas, mais por "comodidade" do que por outra coisa. A Georgia também cometeu seus pecados, ainda que estivesse na sua área.

Prédios foram tomados para sediar as sedes russas e georgianas. Pessoas foram mortas. Crianças viram os pais morrerem. Prisioneiros de guerra foram feitos. Pessoas que nada tinham a ver com isso foram sacrificadas de alguma forma. A morte jamais foi a única "vilã" da guerra. Memórias, cicatrizes, dores, saudades... Tudo se complementa.


Todo o terror durou, somente, cinco dias. Nesse meio tempo alguns pedidos de cessar fogo foram feitos, porém a cada hora uma das partes acusava a outra de "infidelidade", alegando que por isso não atenderia ao pedido.

No final das contas quem venceu a guerra foi a Rússia. Porém só um tempo depois, no dia 26 de agosto, que a Rússia resolveu reconhecer a independência da Ossétia e de uma outra região, a Abecásia.

Na verdade a guerra ainda não teve fim. Continua, sempre, de outros modos. Muitas pessoas foram mortas e ambas as partes foram acusadas de crimes de guerra, extermínio étnico, entre outros.

Agora me pergunto: Se uma guerra assim, que não usou tantas armas pesadas e ocorreu em poucos dias, conseguiu matar tanta gente (2 mil confirmadas. Mas não preciso nem dizer que provavelmente foram mais, não é?), o que podemos esperar então se uma guerra maior, entre grandes países, com poderosas armas, ocorrece? Eu digo que nada. Me ouso a dizer que, se todos não morreram, boa parte terá esse fim.

E você, já sabia disso? Ficou surpreso?

4 comentários:

  1. Eu não sabia que tinham feito um filme sobre esse conflito. Lembro muito bem de quando ele ocorreu, me chamou muito a atençaõ (não sou grande fã de olimpíadas e adoro geopolítica).... O conflito se mostrou ainda mais 'real' depois que recebi uma georgiana na minha casa - e contou o desespero dela, que estava em Londres sozinha quando tudo aconteceu, morrendo de preocupação com seus amigos e famílias de Tbilisi.

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    1. Nossa... que terror para ela também! Ainda mais porque não estava lá... Tomara que tenha dado tudo certo pra ela e a família!!

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  2. Olá Aline! Obrigada por visitar e pelo convite ;) Já estou seguindo você também! Beijos!!

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  3. Não sabia!
    Vou assistir o filme.
    Obrigada !!

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